Muita gente acha que a astrologia tradicional “sempre esteve aí”. Nada mais lógico, afinal de contas, ela é “tradicional”.
Mas nada mais errado. A maioria dos astrólogos modernos nao conhece livros que tem mais do que uns vinte anos no máximo. Tem gente que tem a pachorra de chamar de “clássico” livros que nao tem nem 40. E, esses livros “clássicos” por sua vez nunca leram os verdadeiros clássicos da astrologia.
Alan Leo, por exemplo, obviamente leu alguns dos clássicos, mas as pessoas que consideram Leo um “clássico”, nao leram nenhum dos trabalhos antigos de astrologia.
Às exceçoes geralmente sao pessoas que leram Ptolomeu (que está de graça na internet) e erroneamente acham que Ptolomeu é um representante da astrologia tradicional (ele nao é). Ou entao algumas pessoas que deram uma leitura superficial em Morin, e, erroneamente, acham que ele é a última bolacha do pacote e que inventou tudo o que diz. Nao, nao inventou.
Na verdade, um dos trabalhos clássicos mais divulgados hoje em dia, A Astrologia CRista, de William Lilly, só voltou a ser republicado nos estados unidos nos anos 80. Antes disso, era item de colecionador. Nessa mesma época, surgiu o projeto Hindsight que começou a traduzir trabalhos originais. Hoje em dia, graças aos tres Roberts, Schmidt, Hand e Zoller, a astrologia tradicional fez um grande resurgimento, para o desgosto do povo que acha que a casa 12 é a da espiritualidade e tudo na sua carta pode ser resolvido olhando-se a Quiron.
No entanto, a traduçao de uma série de importantes trabalhos gregos tem causado um efeito colateral, o exagero. Acho que é normal, cada movimento vai até sua conclusao lógica, e depois um pouco além dela, até que o exagero começa a reverter. Mas acredito que seja importante ressaltar, para que a gente nao caia nessas armadilhas.
A Palavra sagrada é a que temos
Sendo um dos trabalhos mais antigos em astrologia, as pessoas tem a tentação de ver como palavra sagrada. Se algo veio depois, com certeza foi erro de tradução.
Essa é uma conclusão um pouco precipitada demais. O argumento geralmente dado é do tipo “os árabes não tinham o livro 5 de Valens” ou algo parecido. Bem, podiam não ter, mas não temos a menor idéia de que outros trabalhos escritos eles tinham que não temos hoje em dia, ou que tipo de conhecimento foi passado oralmente, de professor a estudante, e nunca chegou a via escrita.
Por exemplo, Ptolomeu não é citado por ninguém, e não cita a ninguém. Se só tivéssemos a Valens, nunca saberíamos que Ptolomeu existiu, e vice-versa.
A proposta de que temos o conjunto central do pensamento grego, pode até ser verdadeira, mas me parece pretensiosa demais para ser confiada.
Tudo o que veio depois dos gregos é de origem grega
Falso, mas já vi esse tipo de raciocínio várias vezes. Por exemplo, vi a seguinte discussão num fórum, mantida por dois helenistas modernos…
A firdaria é uma técnica que divide a vida da pessoa em fases, regidas pelos planetas, e por sub-fases. Para encontrar a sub-fase, basta dividir o período por 7 partes iguais. A discussão é que, se nos basearmos nas técnicas gregas, isso obviamente está errado, já que os gregos sempre dividiam as fases em partes desiguais.
Só tem um probleminha nesse raciocínio… a firdaria vem da astrologia persa, e não tem nenhuma indicação que tenha vindo da astrologia grega. Por que diabos usaríamos um princípio grego? Ainda mais para chegar à conclusão de que o método está “errado”?
O método de divisão da vida em fases da astrologia hindu é chamada de Dasas. As dadas se baseiam nas nakshatras que não tem nenhum equivalente na astrologia grega. Embora o “espírito” das Dasas se encontre na astrologia grega, é muito diferente dizer que o método está “errado” porque não concorda com o que achamos em algum livro grego.
Tudo o que veio antes dos gregos também é de origem grega
Parece absurdo, mas recentemente numa discussão, um conhecido helenistico declarou que as exaltações, que pelo que se sabe são de origem babilônica, são na verdade gregas, “porque se encaixam demasiado bem no sistema grego para ser coincidência”.
Por exemplo, as exaltações combinam bem com o esquema grego conhecido como “Thema Mundi”.
É claro que seria muito mais lógico dizer que os gregos criaram o sistema do thema mundi para adaptar o sistema babilônico, mas às vezes é mais fácil adaptar a história…
“Isso é grego para mim”
Para entender astrologia grega é preciso falar grego?
Cada vez mais os helenísticos estão caindo numa armadilha perigosa… cada palavra tem que ser exatamente igual ao original em grego, ou então ela “perde o sentido”. E dá-lhe zoidia, moiria, peripetese, oikodespotes, heimarmene, tuche… E ai de quem confundir o destino heirmarmene do destino moiria!
É claro que eventualmente isso vira apenas um código para saber quem é membro do clube. Já existe um conjunto de palavras na astrologia, e elas não vão mudar. Se a palavra atual “signo” nao representa mais o que os gregos queriam, bem, azar, mas a palavra astrológica continua “signo”. Uma explicação do contexto original valeria um ótimo adendo, ou uma nota de rodapé, agora querer mudar a palavra é obviamente uma leviandade.
Principalmente quando, apesar da curiosidade histórica, a mudança de nome nao afeta nosso conhecimento astrológico. Ele nao nos leva a diferentes conceitos ou práticas, ou seja, nao melhora nosso entendimento. Mudar de “Lua” para “Selene”, apenas tem sentido de dizer que somos do grupo de iniciados. Pior do que isso, induz ao erro de pensar que os planetas estão ligados de alguma forma a mitologia dos deuses gregos e romanos!
Uma simples frase como “os senhores da triplicidade do signo de Aquário são Saturno, mercúrio e Júpiter, que devem estar em signos cadentes” pode tornar-se algo abominável como “os senhores dos ventos da Imagem do Derramador das águas são Cronos, Hermes e Zeus, que devem estar em signos que não estejam se afastando do horoskopos.”
E, novamente, você não aprendeu nenhuma astrologia com todo esse novo “vocabulário”. Só demora a leitura e cria desnecessário tecnicismo.
Mas, novamente, tem gente que adora.
Signos Inteiros
Eu adoro signos inteiros e uso eles faz vários anos, mas novamente surgiram exageros.
A primeira tentação, é óbvio, é de falar que os sistemas de casas por divisão (o que estamos acostumados, como Placidus, regiomontanus, alchabitius) estão errados. Nao, não estão. Funcionam, e a maioria das interpretações baseadas em casas (que vemos em autores posteriores, como Bonatti, Morin, Lilly) só funcionam usando sistemas de divisão.
Você pode notar que apesar dos sistemas de signos inteiros usar os significado das casas, eles raramente mencionam o planeta como regente, preferindo se concentrar nos seus significados naturais.
Agora, também tem o povo por exemplo que decidiu, por puro gosto, que o correto era usar astrologia horária com signos inteiros! Isso é taaaao errado em pelo menos tres níveis!
1 – A horária NAO foi inventada pelos gregos, e portanto não tem nenhum motivo para se usar signos inteiros. Foi inventada muito tempo depois.
2 – A horária foi inventada por astrólogos que usavam casas sim, e usavam um sistema mixto, misturando os dois sistemas. Mas, no caso de Mashalah, apesar dele não mencionar as cúspides das casas, sabemos por outros trabalhos que ele usava alchabitius. Nas horárias sobre a casa 19 ele usa o MC, nunca usa o décimo signo.
3 – a horária é o nosso sistema menos “idealista” e mais “pés-no-chao”. A materialidade cria certas características das horárias: por exemplo um planeta numa casa é muito menos importante que o regente dessa casa, procedimento inverso ao da astrologia natal. Do mesmo jeito, as pequenas diferenças da cúspide das casas são pequenas em natal, mas essenciais em horária.
Sect
Sect ou séquito (palavra tentativa) é o conceito de que há duas “facções” planetárias… a solar e a lunar. O sect solar consiste do sol, júpiter e saturno. O lunar é formado pela lua, venus e marte. Mercúrio não pertence a nenhum lado, e geralmente vai variando de posição de acordo com a carta. É um conceito muito importante e tenho utilizado por vários anos.
A primeira vez que eu percebi que o conceito estava ficando “fora de controle”, ou seja, sendo exagerado e deturpado, foi quando uma conhecida helenistica respondeu que achava que preferia muito mais um marte em câncer (marte está em queda em câncer) do que um marte durante o dia (marte, para uma carta diurna, é considerado como sendo mais maléfico porque está contrário ao seu sect, que é noturno).
Ora, vamos ver. Marte está diurno metade do dia. Metade das pessoas têm um marte diurno, porque nasceram durante o dia.
Marte demora, em média, dois anos e meio para dar a volta ao redor do zodíaco. Entao, na média, esperamos que fique uns 2 meses em câncer, ou seja, 1/12 das cartas, terão marte em câncer.
Só com isso já se vê que há algum problema nessa lógica! Que o sect é importante, não há dúvida, mas como ele repentinamente foi eleito como o mais importante fator para determinar a maleficidade de um planeta? Quer dizer que você prefere ter um marte em câncer na 8, durante a noite, que um marte em áries na 11 durante o dia? Bem, bom pra você.
Isso leva a outros exageros na parte prática. Veja uma eletiva por exemplo. Todos os helenisticos que já vi fazendo eletivas, sempre tem marte em casa cadente! Como quase tudo que se faz durante a vida tem que ser durante o dia, marte sempre será o grande inimigo porque está fora de sect! Entao a solução é sempre colocar ele em casa cadentes!
O problema com eletiva, é que se você “ajusta” uma coisa, você perde outra. Se você decide, a priori, que marte tem que estar cadente, dai você vê algumas dessas eletivas, que o quadro geral parece péssimo, mas o autor fica contente porque marte estava cadente….
Por mais que seja importante o conceito de sect, ele tem que ser temperado por outros fatores na carta. As metáforas que foram apresentadas até agora, como por exemplo a dos “partidos políticos” são limitadas, já que uma carta astral se comporta de maneira bem diferente do sistema partidário norte-americano.
César Augusto
7 de maio de 2012
Yuzuru, Linkei esta página neste texto do meu blog:
La Astrología en Época Helenística
Link: http://wp.me/p165wu-1Hl
Os trabalhos de Aurelio Pérez Jiménez ajudam a regular estes exageros.
Aldis
26 de junho de 2009
o que fazer para resolver discrepâncias? usar estatísticas escolhendo um grupo, como fez Andre Barbault?
yuzuru
26 de junho de 2009
Oi, Aldis
Bem, o topico que voce escolheu nao tem nada a ver com esse assunto, entao suponho que voce tinha essa duvida e colocou em qualquer lugar.
Primeiro lugar, nao devemos fazer ou deixar de fazer nada por causa de ceticos. Eles por definicao, ja nao acreditam e nem vao acreditar. E, a astrologia moderna já deixa muitas coisas para eles se divertirem, entao nao é algo para se preocupar.
Discrepancias existem, mas até ai precisa-se de um longo processo de entendimento. A idéia de “vamos passar o rolo compressor” é bom pra fisica, e administradores adoram, mas em geral nao significa nada em outros lugares. É preciso primeiro saber se a discrepancia realmente existe. Se nao é uma diferenca de interpretacao, uma sutileza, ou uma diferenca linguistica, ou apenas olhar a mesma coisa por um outro angulo.
Segundo, é necessário comparar vários e vários autores, ver qual foi a linha de transmissao do conhecimento, o que foi agregado, modificado, usado, e porque. Muita gente quer resolver a questao dos termos com um simples “era o que Lilly usava”. Ora, aparentemente o único motivo que ele usava era que achava que esse era o “verdadeiro” sistema inventado por Ptolomeu, sendo que Ptolomeu nao tinha inventado, ele nunca foi usado, e o sistema transmitido pelos arabes era o universal.
Chegar e dizer que a estatistica, uma das metodologias cientificas mais frageis, vai resolver o problema, é uma atitude muito rolo compressor. Algumas pessoas adoram, mas nao creio que elas estejam preocupadas realmente em achar a verdade.
Aldis
26 de junho de 2009
E a casa 6, então, que os gregos diziam que era a casa dos inimigos? Essas discrepancias devem ser resolvidas de algum modo, SOB PENA DE DAS ESPAÇO PARA OS CÉTICOS.
rodolfo
19 de junho de 2009
artigo muito bom. Eu leio os “gregos” com muita reserva mesmo. Eu sei qual é a motivação: no fundo no fundo, eu e os outros compram livros de helênica pra descobrir alguma verdade óbvia que o Abu Mashar sabia e não contou a ninguém e que vai ajudar horrores a interpretar os mapas.
Algumas coisas para ilustrar. O próprio Robert schmidt considera HOJE que eles deram demasiada importância ao conceito de sect. A coisa não é tão importante assim… Ele mesmo acha HOJE um absurdo considerar Marte em Câncer melhor do que Marte em outro signo masculino.
O tempo é o melhor professor. O livro de Robert Hand sobre séquito foi escrito cedo demais, empolgadinho demais. Ele só é interessante porque tem alguns trechos de Astrólogos clássicos, mas nem essa vantagem é boa hoje em dia porque hoje as pessoas tem um acesso muito maior àqueles textos. Valens tá disponível pra download na internet e qualquer um compra Firmicus e companhia no Astroamerica.
gimelresh
17 de junho de 2009
“Also, using whole signs in horary seems to me very strange. I know that many people are using it now, but believe me, I have seen many horaries that the answer depends of the ruler of a cusp in the 28 degree of a sign!”
Honestly, I bet it wouldn’t take much contortion to make the cusp irrelavant and make the judgment on planetary motion and whole signs. In fact, being able to do this with a rather popular horary text and get clearer answers then its author is my own personal proof.
But on the subject of horary, things are I feel even more muddy, as it is more divination then natal astrology, and thus shares more in common with tarot cards and tea leaves. What I mean is, I don’t think there is a ‘way’ with horary; it’s loose enough that any attempt to be definitive in methos will fall apart the first time someone has a chart that only gives a proper answer with an asteroid!
yuzuru
17 de junho de 2009
Hmmm, no, my experience disagrees with it.
I have writen about in recent articles about my thoughts on divinations systems. You can look it over here if you are interested.
It is a lot less loose than people think. It may not have a definitive way to do it, but there are a lot of ways that won´t work.
For instance I have a collection of horaries like “will he call?” and the person reach wrong judgement by looking at the 3rd house. It didn´t work in any of these charts. The person always reached the wrong answer, and the right answer could always be reached by the 7th house.
If horary, tarot and tea leaves were really this flexible, then no one would ever read it wrong. We can see that the number of people who use outer planets rulership, asteroids and pseudo-aspects are very thin, even though many modern astrologers use horary, as these things don´t work and after some time they usually get droped out.
that is why I strongly suggest students to begin with horary astrology. Horary astrology has a way to teach humbleness and precision to the astrologer, that he will never know it with something more fuzzy like natal astrology.
“In fact, being able to do this with a rather popular horary text and get clearer answers then its author is my own personal proof.”
Of course you are free to find your own proofs, as I did with mines, but as I wrote on the Test astrology chart, my personal belief is that we can always say that some horary chart give an answer because this or that… “see, the asteroids work” or “there was reception”. But the real test is for a given method to give consistent predictive results, obviously ahead of time. I don´t believe in hindsight astrology.
For instance, when nina put the horary test of “will I loose my job”, I was afraid because Steven said that he would loose it because of the bad condition of fortuna. But looking at previous horaries from my archives, it was clear that the condition of fortuna is only marginally important, but a significator in a fixed angular sign always gave the right answer. As I said, consistency.
Best regards
gimelresh
17 de junho de 2009
If people seriously think that Valens used quadrant house in delineation, when he clearly did not, they need to find some evidence. I don’t think it’s going to show up.
If people are saying that using quadrant style houses instead of whole signs is a ‘error of translation’, that is not really correct; it was, most likely, a deliberate change, starting with either Abu Mashar or Al Kindi, that was then fumbled around for a few hundred years, as others tried to reconcile the obvious contradiction between these fellows and previous sources. Eventually, by the late medieval period, people gave up, and just ‘re-imagined’ any clear references to signs as ‘houses’ meaning the quadrant defined houses that then became the norm.
What is happening now is more ‘error of projection’, looking to the past and fuzzing things up so it looks like everybody did everything like Lilly or Abu Mashar, because those are the guys that are the sentimental favorites. This isn’t simply true.
gimelresh
17 de junho de 2009
Honestly, I keep forgetting to check this blog! I always end up look at your English one, where you keep things much less controversial. 😀
We know that there is a mixture of quadrant and whole signs in his Astrological History, but I can’t say I’d be surprised that this is from later “corrections”. Looking at his On Reception, he never mentions any intermediary cusps at all, especially as he moves the planets through the signs to see if the questions are successful or not.
yuzuru
17 de junho de 2009
Hi Gimelresh
I am a controversial person… but I feel that somethings are just hard to properly say in english, and controverses are usually hard to debate in another language!
Well, I feel that if we start saying about later “corrections” we are in muddy watters, where we can prove anything. How to know if On Reception wasn´t the “corrected” one? There is a whole chapter on the hyleg that seems to be a latter addition to the book.
These kind of matters I rather left for the historians, and people with more linguistic knowledge than me.
Best regards
Osthanes
17 de junho de 2009
Yuzuru,
you must know that your blog is a pearl really, so don’t be much surprised as there are many who ready to use a translator. 🙂
Hot issue, I must admit, but whereas there may be some who want to prove their preconception, no matter what the price is, I myself am just intrigued how quadrant systems evolved historically, without any preference.
So thank you for the clarification! 🙂
yuzuru
17 de junho de 2009
I am also very intrigued by the matter of domification, even because I don´t belive there is a one true system.
Valens uses in the chapter of duration of life the division called today as Porphirius, that apparently was already old at his time. Proponents of whole sign systems nowadays says that Valens would only use it for the duration of life, and so should we. This concept worries me. If this chapter of Valens had been lost, or if he was too lazy to write it, would these same proponents have said that we shouldn´t use divisions at all? Aren´t too many conclusions been drawed by too little evidence?
Jyotish astrology, for instance, uses a whole sign sideral system, so they are very much in agreement with what we know about the greeks. But even within them, Steven said one time that there were many proponents of using a form of porphyrius division!
Also I have seen to many brilliant delineated charts done by Steven, using the mixture of whole signs and division to believe even for a minute, that using the division is “a mistake of translation”. Also, using whole signs in horary seems to me very strange. I know that many people are using it now, but believe me, I have seen many horaries that the answer depends of the ruler of a cusp in the 28 degree of a sign!
Best regards
gimelresh
17 de junho de 2009
To say that he is using the MC to signify kingship (though the Greeks prefered the 9th house for kings, as they were also, often, gods and/or priests; this would be a non-starter for the Muslims, if not a head-chopping offence) and to then say that Masha’ allah is always using a quadrant system, is stretching things a bit too much.
yuzuru
17 de junho de 2009
Hmmm, I didn´t imagine so many people of foreign countries were reading it. Glad to know it.
Gimelresh, please read the answer to osthanes.
Whatever Mashalah did use, he was clearly 1 – not using the 10th whole sign for kingship, as most conteporary followers of whole sign houses would suggest and 2 – by other works we know that he used a mixture of division and whole sign houses.
I believe that so many people have a strong interested in the subject because nowadays we are having a strong PR attempt to make it seem that all ancient astrologers only used whole sign houses.
I am not saying that Mashalah is “always” using quadrant systems. Mashalah seem specially oblivious to intermediate cusps. But that this is offered as “proof” that he used an whole sign system is a mistake.
Osthanes
17 de junho de 2009
Hi Yuzuru,
I have a question: which chart of Māshā’allāh do you mean is set with Alchabitius system? I’m deeply interested in the history of domification methods, and so far I found that some of his charts must have been recast later.
It’s not about preference, just I’m seeking historicity.
yuzuru
17 de junho de 2009
Hi, Osthanes.
It was the usual practice in his time to use as domification alchabitius, or maybe they still use much of porphirius.
We can see for example in “on reception”, chapter IX a question concerning kingship, that he is not using the 10th sign as significator of the 10th… he is using the MC, which is in 20 aquarius (ASC in 5 gemini).
IN the astrological history of Mashalah it is more clear that he uses both methods… some times he says a planet is angular by counting (whole signs) and others by division (domification).
I never checked to see if he is really using alchabitius, but according to what I heard from Steven Birchfield, I think his method was alchabitius declination, but I will have to check it for myself one day 🙂
gjiada
17 de junho de 2009
I liked a lot this post 🙂
And it’s very true.
Margherita